Pensamento...

A vida é uma janela que se abre no sem fim do Tempo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Quando o Amor é Magma



Amo-te até à exaustão
E tão sinceramente
Que sinto acesa na mente
Indómita sede de união.
No esconso do meu sonhar
Há eterna fome de dar
Bem mais do que receber
Porque o amor não tem medidas
Se as tem foram vencidas
Por aquele que sabe amar
O amor em mim é madrugada
É réstia de tempo alada
É queda de água nascente
A falar-me do Principio
Do amor fecundado
E no eterno feminino calor
Saído à luz do dia
É ave que não tem asas
Mas esquilo capaz de voar
Com a alma te devorar
Amar é dar a mão
Matar a sede na união
É mais dar que receber
É a lava ser do vulcão

Antonius

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

SOBERBA VISÃO


Adivinhei-te na silhueta
Que a luz da outra banda
Desenhava no azul poente
Na luminosa e radiante poeira
Que o núcleo de sol que se exauria
Emprestava à última réstia
Do esplendoroso Astro.
Mais do que reconhecer-te
Senti viva a tua presença
Nas cores da penumbra que te vestiam
No passo cadenciado
E de uma elegância sem limites
Só podia ser o teu,
No desenho que se estampava
Nesse azul que se esbatia
E apontava já para a noite.
Mas esse desenho
Falava-me do belo
Do belo feminino
Da beleza feita mulher
Das curvas soberbamente desenhadas
Obra-prima de mestre
Que só poderiam ser,
Sonhei ver-te deter o passo
Porventura deliciosamente
Prostrares-te diante de mim
Acordar-me para um mundo
Feito das coisas sublimes.
Mas como o sublime
Nunca se eterniza
Nesse instante que acreditei glorioso
Fez-se noite
E nem do céu as estrelas
Escutaram a minha prece.

Antonius

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

NO PRINCIPIO ERA A ÁGUA



Aquilo que trago das entranhas da mãe
E pressinto no instante
Em que me senti ser gente
E vai já lá tão distante
É uma sede insaciável
A de ser aquele que sou
Na plenitude da minha humanidade.
E pergunto-me: estarei a sê-lo?

No concretizar deste sonho
Muitas são as vertentes
As cascatas de água que jorram
Da montanha do meu ser
E que espelham o lado sublime
Do que penso ser
A vertigem da minha passagem.
Desfiladeiros de águas
Que na impetuosidade
Dos invernais desmandos
Perdem as cores da primavera
Mas nem por isso, descartam de si
Eflúvios de esperança.

Antonius