(Em memória de meu pai
06 de Outubro)
REGRESSO ÁS ORIGENS
Foi aqui nesta casa, humílima mansão
Suas telhas abrigando campestre geração
Que há remotos anos humano ser nasceu
Era Outono era tempo de canseiras
De uvas maduras prenhe ainda a videira
Dourados poentes ostentando o céu
Filho de gente pobre era o menino
Ainda que o mais entranhado e fino
O amor com que o anelavam seus ufanos pais
Entre choros e sorrisos se ofertava à vida
Que lhe acenava ao longe apetecida
Em lampejos de ouro, sonhos, ideais
Saudades tenho desse tempo não vivido
Sede de regresso a um mundo apetecido
Rumando contra o tempo em busca do passado
Inefável sentir este que eu sinto
Amar entranhadamente o que pressinto
Ser algo de mim ao tempo arremessado
Nestas pedras enegrecidas pelo tempo
Nesta sacada batida da chuva e do vento
Eu me revejo no que eu fui antes de ser
Neste mundo de nós que ao longe se esvai
Neste reviver os caminhos de meu Pai
Excelso regresso às origens – Renascer
(OUTUBRO DE 1972)
Antonius
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