AQUELA NOITE
Ela vem ai eu sei
Não são os olhos do corpo que mo dizem
Mas aos da mente não passa indiferente
Ela vem ai, a noite
Sinistra impiedosa impante
Investida de poderes régios
Passo sereno, compassado
Mas cônscio determinado
Traz contrastante um camafeu na lapela
É verde esmeralda
Em contra-ponto com a túnica
Da cor da negritude
Por detrás do seu busto, deveras ténue
Um luzeiro se vislumbra
Como a forçar para a penumbra
Dantesca figura
Da noite que se adivinha.
Não, não é a noite de todos os dias
Não vem engalanada
Com constelações
Nem sete strelo nem Orion
Não deixa entrever a via láctea
E não trás lua que dê luar
De rotunda escuridão feita mar
É noite que não tem retorno
Que não reconsidera
Portadora de felina alma
Implacável fera
É a noite que se avizinha.
Antonius
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