Jocosidades
Gostava de ser poeta
Mas um poeta galante
Cantasse minhas mágoas
Mas com palavras certas
Assertivo, bem falante,
Instável nas minhas andanças
Qual cigano errante.
Se assim eu fosse poeta
Cantando alegrias e dores
Não esqueceria nunca os meus amores
E porque de espírito alerta
Teria a certeza certa
De levar o meu projecto avante
Se eu fosse poeta
Sim, se fosse deveras poeta
Eu tinha um dizer escorreito
Às palavras capaz de dar cônscio jeito.
De ambição dilecta
Conheceria os vinhos de Alicante
Não menos o torrão dessas bandas
E claro os conventuais de Amarante
Mas para que eu fosse poeta
Teria que ter a mente aberta
Entusiasta no meu labor
Amante da noite, sonhador
Imaginação transbordante
Ter um sonho na alma
Não temer nunca levar a palma
E mesmo não sendo poeta
Ter dele a Aura
Mas de repente
Metanóia não sonhada
Faz-se-me luz na mente
Não, eu não sou poeta
Mas mora-me um poeta na alma.
Antonius
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