Antes do amanhecer
Vem ai a madrugada
Silente serena fecunda
Vem mergulhada na sombra
Feita de murmúrios
Que audíveis são eternos.
Vem ai no ritmo de sempre
Indiferente aos ruídos
Que se esfumam
Ao rescaldo do dia que foi
Adornada de esplendor.
A madrugada vem aí
Pressurosa e ufana
No rigoroso sim
À sua missão de sempre
Anuncia-se vestida de aurora.
Promessa de nívea penumbra
Há incompatibilidade
Entre o seu caminhar
E a estrela
Que aquece os homens,
Perseguição mutua e avara
Sem vislumbre de desfecho
Que a madrugada chega e passa
Sem que o astro rei
Logre deter-lhe o passo.
É plúmbea a madrugada
Quando muito crepuscular
Ás vezes as estrelas
Tremulam nela
Mas a madrugada é
Irremediavelmente bela.
Antonius
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